Conforme vamos envelhecendo nosso corpo vai se transformando: os pêlos que nasceram na puberdade vão caindo, nossa pele que já teve muitas espinhas agora mostra manchas e rugas, e nossos dentes, assim como na infância, começam a cair novamente.
Contudo, além das alterações visíveis, existem também as que não vemos assim tão facilmente, e que podem ser causadas por problemas em alguma parte da nossa complexa estrutura, como a doença de Parkinson – no cérebro – e a osteoporose – nos ossos.
O que essas enfermidades têm em comum é o risco de queda. Quem tem Parkinson se movimenta mais lentamente tem tremores, instabilidade postural e dificuldade para passar de um movimento para outro. Enquanto isso, uma pessoa com osteoporose tem os ossos mais frágeis, o que aumenta o perigo de fraturas.
Em ambos os casos medidas preventivas precisam ser tomadas, pois com a queda podem vir problemas mais sérios, como ferimentos importantes, os traumatismos e até mesmo a morte.
A fisioterapia preventiva ajuda para que estes pacientes consigam superar constantes ameaças ao seu equilíbrio, não só melhorando suas capacidades funcionais e também os deixando conscientes sobre suas limitações e também adaptando seus lares para melhor segurança e prevenindo as quedas. Esta proposta visa melhorar a qualidade de vida dos idosos.
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A queda pode significar que houve o declínio das funções fisiológicas (visão, audição, locomoção), ou ainda representar sintomas de alguma patologia específica.
Afetam a qualidade de vida do idoso por conseqüências psicossociais, provocam sentimentos como medo, fragilidade e falta de confiança. Muitas vezes funcionam como o início da degeneração do quadro geral do idoso, pois além de reduzir sua mobilidade, também afeta as atividades sociais e recreativas.
Fatores intrínsecos relacionados à queda em idosos
Alterações fisiológicas do envelhecimento
· Diminuição da visão;
· Diminuição da audição;
· Sedentarismo;
· Distúrbios músculos-esqueléticos (fraqueza muscular e degenerações articulares);
· Alterações na postura;
· Alteração de equilíbrio e locomoção;
· Deformidades nos pés.
Doenças que predispõem à queda
· Doenças Cardíacas;
· Doenças Pulmonares;
· Doenças Neurológicas (Derrame Cerebral, Demência, Doença de Parkinson, Mal de Alzheimer);
· Doenças Geniturinárias;
· Osteoporose;
· Artrose;
· Labirintite.
Medicamentos
· Antidepressivos;
· Ansiolíticos, hipnóticos e anti-psicóticos;
· Anti-hipertensivos;
· Anticolinérgicos;
· Diuréticos;
· Antiarrítmicos;
· Hipoglicemiantes;
· Anti-inflamatórios não-hormonais;
· Polifarmácia ( uso de 5 ou mais drogas associadas).
Algumas medidas preventivas, preconizadas pelas Diretrizes da Associação Médica Brasileira, para reduzir o impacto das quedas em idosos:
· Orientar o idoso sobre os riscos de queda e suas conseqüências. Esta informação poderá fazer a diferença entre cair ou não e, muitas vezes, entre a instalação ou não de uma capacidade;
· Racionalização da prescrição de medicamentos, correção de doses e de combinações inadequadas;
· Redução da ingestão de bebidas alcoólicas;
· Avaliação anual: oftalmológica, da audição e da cavidade oral;
· Avaliação rotineira da visão e dos pés;
· Avaliação com nutricionista para correção dos distúrbios da nutrição;
· Fisioterapia e exercícios físicos (inclusive em idosos frágeis) visando: melhora do equilíbrio e da marcha; fortalecimento da musculatura proximal dos membros inferiores; melhora da amplitude articular; alongamento e aumento da flexibilidade muscular; atividades específicas para pacientes em cadeiras de rodas; identificação dos pacientes que caem com freqüência, encorajando a superar o medo de nova queda através de um programa regular de exercícios. Idosos que se mantêm em atividade, minimizam as chances de cair e aumentam a densidade óssea evitando as fraturas;
· Terapia ocupacional promovendo condições seguras no domicílio (local de maior parte das quedas em idosos); identificando “estresses ambientais” modificáveis; orientando, informando e instrumentalizando o idoso para o seu autocuidado e também os familiares e/ou cuidadores.
· Denunciar suspeita de maus-tratos;
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· Correção de fatores de riscos ambientais (por exemplo: instalação de barra de apoio no banheiro e colocação de piso antiderrapante);
· Medidas gerais de promoção de saúde: prevenção e tratamento da osteoporose: cálcio, vitamina D; imunização contra pneumonia e gripe; orientação para evitar atividades de maior risco (descer escadas, por exemplo) em idosos frágeis desacompanhados.
Lembramos que a maioria das quedas ocorre dentro da própria casa! Portanto, muitas das causas de quedas estão dentro de nossa própria casa, ou seja, podemos estar morando com o inimigo! As escadas, o banheiro, a sala de estar, os quartos e a cozinha podem, potencialmente, provocar quedas. Vamos dar alguns exemplos:
· Pisos escorregadios, com superfícies lisas, úmidas e enceradas; pisos irregulares, ainda em construção, tacos soltos ou pisos quebrados;
· Tapetes soltos e desfiados, que podem deslizar e causar tropeções;
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· Obstáculos no chão: fios elétricos, brinquedos, mesas pequenas, animais domésticos, iluminação deficiente: luzes fracas, iluminando mal os ambientes, ou luzes mal posicionadas, causando reflexos diretos nos olhos dos idosos;
· Ambientes com várias tonalidades de uma mesma cor: os idosos não distinguem com clareza estes tons (móveis, chãos e portas de uma mesma cor), causando confusão e risco de quedas;
· Camas de altura inadequada, baixa demais ou alta demais;
· Cadeiras baixas e sem braços para apoio;
· Móveis frágeis, principalmente se localizados em corredores onde os idosos os façam também como apoio;
· Escadas sem corrimão e com degraus altos e inapropriados, mal sinalizados, sem pisos antiderrapantes e com iluminação deficiente (ufa!);
· Vasos sanitários baixos e sem apoios laterais;
· Falta de apoios laterais nos boxes, para o banho;
· Calçados inapropriados, não emborrachados nos solados, como chinelinhos de flanela.
Fonte:
http://www.observatorionacionaldoidoso.fiocruz.br (possui manual para prevenção de quedas)